domingo, 5 de novembro de 2017

Divaldo Pereira Franco no Rio Grande do Sul Porto Alegre

9º Congresso Espírita do Rio Grande do Sul
Porto Alegre, 04 de novembro de 2017
Divaldo Franco, voltando a participar intensamente do excelente Congresso Espírita do Rio Grande do Sul, atendeu inúmeras pessoas concedendo autógrafos, dialogando rapidamente, estampando sempre um belo sorriso, a despeito das fortes dores que experimenta por uma problemática no nervo ciático. Seu exemplo é comovedor, com sua bonomia característica, sinaliza aos atentos observadores que o próximo vem sempre em primeiro lugar, antes mesmo de si.
Concluída a etapa dos autógrafos, que se estendeu por duas horas, Divaldo foi entrevistado pelo Jornal Zero Hora e pela FERGS-TV. Ao jornal falou sobre as suas impressões a respeito das dificuldades em as pessoas agirem com mais amor nas relações, pelo pouco aprofundamento do autoconhecimento. Apesar das imensas dores que atingem a humanidade há, na atualidade mais ações voltadas ao bem, e uma busca por valores nobres, enriquecendo a vida, buscando a paz, sentindo-se feliz pelas realizações íntimas, vivendo com dignidade, servindo sempre, doando-se ao seu semelhante.
Para a FERGS-TV Divaldo falou sobre a violência e o amor, as tecnologias de comunicação interpessoais, os laços familiares corpóreos e os espirituais, o diálogo familiar e os reajustes entre seus membros. Como solução definitiva para a construção de núcleos familiares saudáveis e fraternos, cooperativos, será necessário o desenvolvimento do amor. Outros tópicos giraram em torno da esperança, da felicidade, do autoconhecimento, da aceitação das ocorrências da vida, em qualquer sentido, da livre opção entre a valorização da dor e o viver em estado de felicidade.
Na roda de conversa entre Gabriel Salum, Presidente da FERGS e Divaldo Franco, ficou evidente a necessidade de o homem alcançar a espiritualização. A espiritualidade transcende as religiões e o espiritualismo. Há no homem um gene divido, é a presença de Deus no ser humano, que vem sendo desvendado pela ciência. O esforço no trabalho, quando realizado com alegria, preenche qualquer vazio existencial. Na atualidade a família passa por dificuldades, o diálogo entre seus membros desapareceu e os filhos, em muitos casos, tornaram-se a segunda opção dos pais, que para suprirem a ausência dão-lhes coisas, esquecendo-se de que o principal é doar-se aos filhos, educando essas almas.
O espírita não pode descurar-se de seus filhos, devem apresentar a Doutrina Espírita para eles, dando-lhes uma oportunidade para espiritualizarem-se. Outro ponto foi a abordagem com relação ao uso de álcool e fumo, condenáveis em qualquer circunstância, destacou o nobre conferencista, pelos efeitos que produz naquele que consome e nos demais, em decorrência de seus desdobramentos. Com relação a preocupação aos valores amoedados, o dinheiro, o esforço em obtê-lo, não deve ser uma preocupação primária, mas secundária, tendo em vista que se a obra, o trabalho que se realiza possuir o selo divino, os recursos aparecerão. O dinheiro possui uma importância relativa, os indivíduos necessitam de paz, de simplicidade, de amor, de caridade. Os espíritas devem dar-se mais ao próximo, sorrindo, falando do evangelho, de Jesus, da imortalidade.
Divaldo destacou que na abertura do congresso estavam presentes os ex-presidentes da FERGS e outros abnegados Espíritos, bem como outros benfeitores que derramaram energias salutares sobre os presentes. Ao narrar a presença de diversos Espíritos, Divaldo destacou que eles estão preocupados com a união dos espíritas, sob pena de despedaçarmo-nos, abatidos pelo vendaval. Unir-nos para que as forças do mal não avancem mais. Foi um apelo aos dirigentes das instituições espíritas do Rio Grande do Sul, para que se quebre os pontos de vista, estabelecendo o único roteiro seguro, o da Doutrina Espírita, iniciando na própria casa espírita. Esse congresso espírita, dizem os Espíritos, deve ser o fundamento de uma nova era, tendo em vista que entidades perversas se uniram na erraticidade inferior para combater os espíritas e abater o trabalho do Cristo. É necessário estar vigilante, pois que se trata de uma verdadeira guerra.
Informou Francisco Spinelli, Espírito, naquela singela roda de conversa, que a grande luz parte do Sul para as alturas, lembrando o Pacto Áureo de 05 de outubro de 1949, num esforço para a unificação de todo o Brasil em torno dos postulados doutrinários. As forças ululantes se batem contra os cristãos novos. Os espíritas necessitam estar unidos para resistir.
Após o breve e frugal almoço, Divaldo voltou a atender o público, disponibilizando-se para os autógrafos, para os cumprimentos, para um rápido diálogo acolhedor e orientador.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke
 

Divaldo Pereira Franco no Rio Grande do Sul Porto Alegre

9º Congresso Espírita do Rio Grande do Sul
Porto Alegre, 03 de novembro de 2017
O Movimento Espírita Gaúcho está participando do 9º Congresso Estadual do Rio Grande do Sul, realizado no período de 03 a 05 de novembro de 2017, nas instalações da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RS. A apresentação artística, com teatro e músicas, recepcionou o público, harmonizando e preparando os participantes para o momento solene da abertura do evento sob o tema: Espiritualidade nas Relações: para viver e conviver em paz.
Com os dirigentes da Federação Espírita do Rio Grande do Sul – FERGS -, e outras lideranças do movimento espírita nacional e do estado, e estando presente o convidado especial José Raul Teixeira, a mesa diretiva foi composta para receber o palestrante, humanista, médium e orador Divaldo Pereira Franco, de Salvador, Bahia.
Gabriel Nogueira Salum, Presidente da FERGS, saudou o público, acolhendo a todos, abrindo oficialmente o congresso, destacando a importância das antigas lideranças que legaram as bases do atual movimento espírita. Apresentou, também, a obra Espiritualidade nas Relações: para viver e conviver em paz, lançada nesse evento e que conta com artigos de diversos autores a respeito da temática do congresso, inclusive de conferencistas do congresso ora em desenvolvimento. Também foi lançada a web rádio da FERGS, já em pleno funcionamento.
Discorrendo sobre os horrores da II Guerra Mundial, Divaldo Franco, o Paulo de Tarso da atualidade, apresentou um episódio marcante vivenciado por Simon Wiesenthal (1908 - 2005), sobrevivente de campos de concentração. Quando a Alemanha nazista invadiu a União Soviética em junho de 1941, Wiesenthal e a sua família foram detidos. Passou quatro anos e meio em vários campos de concentração, como o de Mauthausen-Gusen, na Áustria, de onde foi libertado pelas tropas americanas em maio de 1945.
Wiesenthal, polonês e judeu, no campo de concentração de Mauthausen-Gusen, localizado próximo da cidade de Linz na Áustria, testemunhou o assassinato da sua avó e o embarque de sua mãe em um vagão de carga contendo mulheres judias idosas. Da família de Wiesenthal foram trucidadas 182 pessoas. Ele foi destacado para remover o lixo em um hospital para soldados alemães feridos na ofensiva dos aliados. No trajeto entre o seu alojamento e o hospital ele passava por um cemitério dedicado aos despojos dos soldados nazistas. Por entre as sepulturas, a enfeitar, foram plantados girassóis. Wiesenthal, ao passar por ali pensava: para esses monstros um cemitério enfeitado, à nós o martírio, o trabalho forçado, as câmaras de envenenamento, os fornos de cremação, as fossas coletivas, o desprezo.
Enquanto trabalhava na limpeza do hospital acercou-se dele uma enfermeira e certificando-se de que Wiesenthal era judeu lhe fez sinal para que a acompanhasse. Ela o levou para visitar um soldado alemão Karl Silberbauer, gravemente enfermo, coberto de ataduras, pútrido, ferido durante a ofensiva dos aliados, e que desejava falar com um judeu. Silberbauer tinha sido educado no cristianismo, porém, fascinou-se pelo discurso de Hitler.
Em fazendo parte da elite militar nazista, havia cometido vários atos de barbárie. Estava atormentado e arrependido em seu leito de morte. Após narrar as atrocidades que cometera, solicitou o perdão a Wiesenthal, um judeu. Deseja ser perdoado por um judeu, certificando-se que Wiesenthal era realmente um judeu. Simon Wiesenthal, diante de seu próprio sofrimento, não foi capaz de perdoar.
Karl Silberbauer fez outro pedido: que Wiesenthal procurasse a sua mãe e lhe dissesse que estava arrependido e que morrera cristão, o que efetivamente fez. Porém jamais perdoou o nazista. Essa história está contida na obra The Sunflower (O Girassol), uma autobiografia de Simon Wiesenthal. Ela foi escrita depois de um período de muito sofrimento vivido pelo autor. Fala-se tanto de paz, mas essa é tão rara! O indivíduo belicoso, a sociedade agressiva, os trabalhadores do bem cansados e o religioso indiferente à dor ainda não encontraram a paz.
Encerrando a narrativa, Divaldo perguntou: - Você perdoaria a Karl Silberbauer? - Seria realmente capaz de perdoar? Conduzindo para as reflexões sobre o perdão, refletindo sobre o quanto se fala de paz, inclusive com reuniões de lideranças mundiais influentes, conclui-se que a paz ainda não se estabeleceu, muito pelo contrário.  O perdão é essencial para a construção da paz, porém, quando se deseja perdoar, apela-se para a razão, e essa estabelece os parâmetros do equivocado, do crime.
Divaldo Franco aconselhou a perdoar em qualquer circunstância, pois a vítima merece ter paz: perdoando um criminoso, liberta-se do tóxico que foi injetado pelo bandido. Não se deve perder a razão de viver esperando uma vingança. O indivíduo merece paz, e para que a logre, é necessário que se perdoe.
Na atualidade, frisou o ínclito orador, a sociedade humana está vivendo um momento de terror e materialismo. O homem perdido de si mesmo age através de seus instintos vis, onde o amor é confundido com paixão, com posse, dominação. Falar de perdão, para muitos soa como a atitude de um covarde, fracassado. A paz é indispensável para a vida. Perdoar é não devolver a ofensa. É necessário que se estabeleça uma jornada diferente da de Wiesenthal, almejando, assim, o primado do perdão, da compaixão pelo outro. A verdadeira paz é a harmonia interior que nunca devolve aquilo que é danoso.
A vida perdeu o encanto porque o homem moderno perdeu o endereço de Deus. Apresentando as imorredouras lições do Cristo, os postulados da Doutrina Espírita e o desenvolvimento do amor pelo homem, Divaldo descortinou o caminho seguro para a paz, onde o homem encontrará novamente Deus, cultivando a alegria de viver, olhando para traz sem sentir vergonha. A preservação dos valores éticos, o esforço em domar as inclinações más, a iluminação das sombras íntimas, serão os alicerces do momento glorioso.
Esse congresso, frisou, está estruturado na paz, na harmonia. É preciso perdoar até doer, como ensinava Madre Teresa de Calcutá. O sentimento de ternura, do amor, é bálsamo purificador, preparando os indivíduos para a plenitude, para viver em paz e na felicidade. A Doutrina Espírita desceu dos céus para os corações doridos da Terra. À luz da caridade, tem o homem a possibilidade de imitar o samaritano, fazendo aos outros o que deseja para si. A proposta é a de nos amar uns aos outros, de perdoar e compreender. O exemplo que edifica, canta hinos de louvor a Deus. Com o Poema de Gratidão, Divaldo Franco encerrou seu brilhante trabalho, pelo qual foi aplaudidíssimo.
A FERGS homenageou-o como educador, ofertando-lhe, para a Mansão do Caminho, as almofadas com os motivos dos personagens da obra Conte Mais, cuja coleção foi doada para as crianças da instituição baiana.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke