sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Registro. Seminário auto-iluminação com Divaldo Pereira Franco. Itumbiara, GO

14-02-2018

Texto: Djair de Souza Ribeiro - Fotos: Sandra Patrocínio
AUTO ILUMINAÇÃO
O teatro Maria Pires Perillo, da cidade de Itumbiara no estado de Goiás, recebeu um público de 1000 pessoas para participarem do seminário Auto Iluminação proferido pelo tribuno Divaldo Franco.
Desde os primórdios da conquista da razão, a Humanidade vem se questionando: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Por que sofremos?
Na busca das respostas se debruçaram filósofos, religiosos e na psique do Subconsciente e o Consciente vislumbrado por Jean-Martin Charcot (1825-1893) em suas pesquisar em La Salpêtrière em Paris.
Charcot teve uma influência muito especial sobre Freud, a tal ponto em que este decidiu homenageá-lo dando seu nome primeiro filho. Por cerca de 4 meses Freud esteve em Paris junto de Charcot o que lhe marcou profundamente. Vivamente interessado em hipnose, Freud estagiou junto ao mestre, objetivando aperfeiçoar a sua própria técnica.
Surge no cenário como discípulo de Freud o suíço Carl Gustav Jung aprofundando a sonda da pesquisa que o levou a ampliar o entendimento da psique humana o que permitiu-lhe concluir que a psique (alma) possui uma estrutura bem definida formada pelo Consciente, Inconsciente (Pessoal e coletivo), Arquétipos (padrões de comportamento herdados - marcas antigas) a Sombra (o oposto a aquilo que sou e que me recuso a reconhecer e agrupa tudo aquilo que desejamos ocultar dos outros).
Dá-se conta Jung que somos compostos por uma duplicidade: O Self (aquilo que somos) e que agrega as experiências de todas as gerações, e que contém nosso inconsciente coletivo e que é denominado pelo Espiritismo de Perispírito. Já o Ego é a nossa personalidade, e que o Espiritismo esclarece serem as nossas paixões negativas.
Jung estabelece que a razão primordial da vida (psicologicamente falando) é dar ao indivíduo a oportunidade de encontrar o seu todo, no que ele denominou de estado Numinoso ocasião em que logrará obter a perfeita harmonia entre os 2 polos opostos (ego e self) que vivem em permanente luta interior do ser. O resultado dessa luta interna é a deterioração dos Sentimentos ou o seu oposto, a perturbação da Razão 

O Ego é consciente, atento e vamos encontra-lo na Razão, enquanto que o Self é Inconsciente – habitante do sentimento - vive “adormecido” aguardando que o despertemos.
Nosso desafio é obter a harmonização entre esses dois polos em uma totalidade, caso contrário nos tornamos vítimas das manifestações em desalinho dos sentimentos, geradoras de emoções muitas vezes descontroladas. Ilustrando essa dualidade Divaldo cita o livro do escritor escocês Robert Stevenson (1850-1894) com o nome de “O Médico e o Monstro” obra que narra a história do Dr. Jekyil que na busca por extirpar do ser humano o seu lado mau, ruim e negativo, desenvolve uma substância. O que ele consegue – ao ingerir ele próprio a substância - foi dissociar esses polos (o bem e o mal) dando surgimento ao cruel monstro Mr. Hyde (oculto, escondido em inglês).
Nossa tarefa não é separar ou anular, aniquilar uma ou outra polaridade, mas sim integrá-la em um ser completo e harmonioso.
Após muito tempo estacionados na Consciência de sono – sempre priorizando o Ego atendendo-lhe os comandos pelo ter, possuir, gozar - é muito natural (embora equivocado) que à semelhança do Dr. Jekyil queiramos compensar o tempo “perdido” forçando a transformação e tornando-nos “puros” artificialmente como se nossas imperfeições fossem alijadas por um processo qualquer.

De maneira alguma devemos encarar e rotular nossos conflitos – gerados pela “luta” entre o Ego e o Self (quando atendemos um em prejuízo do outro) – como inimigos e assim pensando combate-los como se com eles estivéssemos em guerra. A maneira correta e eficaz é a de considerarmos que esses conflitos foram por NÓS mesmos gerados, em função do nível de consciência que então possuíamos, são parte integrante do TODO que somos e por essa razão não devem ser hostilizados, odiados, mas sim orientados e receber o esclarecimento deles nos “libertando” pela transformação, similar ao que fazemos com um filho rebelde.
Assim, devemos centrar nossas energias na transformação do Egoísmo em Altruísmo mediante o contínuo trabalho e esforço para nos libertar da escravização do EGO e dos seus malefícios desenvolvendo a primazia do SELF (Ser profundo), mediante a INTEGRAÇÃO do Ego no Self.
“O Ego deve ser estruturado para adquirir consciência da sua realidade, não conflitando com o self que o direciona, única maneira de libertar a sombra”. Joanna de Ângelis, Em Busca da Verdade

Divaldo fala em seguida da Persona que é um complicado sistema de relação entre o Consciente e a Sociedade. É uma espécie de máscara com as funções de produzir um efeito sobre os outros e, ao mesmo tempo, ocultar a verdadeira natureza do indivíduo, dessa forma para cada papel social que uma criatura exerça há o desenvolvimento d uma persona específica “exigida” pela sociedade ou pela coletividade. Dessa forma adotamos uma persona para cada local ou situação de convivência. No lar e família temos uma Persona, enquanto temos outra para o ambiente profissional etc.
“Buscando enganar a sua realidade mediante a própria fantasia, o homem moderno procura a projeção da imagem SEM o apoio da consciência. Evita a reflexão esclarecedora, que o pode desalgemar dos problemas, e permanece em continuas tentativas de negar-se, mascarando a sua individualidade”. Joanna de Ângelis, O Homem Integral.
Para melhor entender as forças que nos dirigem – muitas vezes sem nos darmos conta – Divaldo nos fala das Emoções (Reações do organismo físico aos fatos que nos ocorrem) e que devemos aprender a controlar submetendo-as à Razão governando-as e não sendo por elas governados.
A conquista da auto iluminação exige tempo e esforço pessoal, e se configura o grande desafio existencial.
Aprimorar os valores éticos e morais aprofundando-os está diretamente atrelado ao interesse (vontade), do empenho, da constância de propósito e das realizações de cada um.
Pode-se chegar a esse nível pela meditação, reflexào ou também pelo amor.
Nos dias atuais Amor é uma expressão muito desgastada e confundida com as sensações do sexo que, ao contrário do verdadeiro amor, entorpece e exaure a criatura por herança do instinto.

O amor não egóico é a base mais robusta para a construção sadia da personalidade por produzir comportamentos equilibrados e realizadores.
Encerrando o seminário Divaldo compartilha os passos ou etapas e padrões que podemos adotar para obtermos a iluminação interior resumidos aos seguintes tópicos:
1. A vida é indestrutível e nascemos para amar a vida
2. Nascemos para poder superar-nos a nós mesmo.
3. O mal que me fazem não é o que me faz mal. O mal que me torna uma pessoa má é o mal que eu faço aos outros
4. Seja você quem tem a honra de servir. Nós nascemos para servir o local mais provável de se encontrar a felicidade de se amar.
5. Perdoe ao próximo como deve perdoar-se a si mesmo. Somos falíveis e, portanto, sujeitos a tropeços e erros. Ao constatar que errou, não permaneça no equívoco. Levante-se e recomece a caminhada sem recriminações e auto depreciação ou responsabilizando os outros. Assuma a responsabilidade.


(Informação recebida em email de Jorge Moehlecke)